domingo, 11 de novembro de 2007

Maurício Ricardo - Charges.com.br

Entrevista concedida por e-mail e foi ao ar em 06/06/07.

Maurício Ricardo Quirino (também chamado no site de MR) nasceu em 24 de Setembro de 1963, no Rio de Janeiro, mas foi criado em Uberlândia, Minas Gerais. Foi baixista e jornalista, e começou o site por diversão. Quando começou a dar lucros, abandonou um emprego em um diário de Uberlândia.

Além de desenhar (com uma prancheta digital) e animar, ele dubla (geralmente fazendo todas as vozes) e toca a música de fundo.

Fonte: Wikipedia

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GRUFT: No Gruft Entrevista deste mês temos um compatriota. Um terráqueo polivalente, roteirista, desenhista e até dublador. Seu trabalho tem repercussão em nível nacional e internacional, tendo aparecido nos mais importantes telejornais e programas de entretenimento do país. Recebam o criador do charges.com o Maurício Ricardo.
Mauricio dê um olá aos nossos visitantes...

Maurício Ricardo: Opa! Você me convidou pra responder perguntas, não obedecer ordens. Pra me vingar não darei um olá, darei um ALÔ! Hehehe. Extraterrestre folgado...

GRUFT: Um espertinho, ãn!? Hunf! Como surgiu a idéia para a criação do Charges.com.br? Você também tem um plano de dominação e subjugação da raça humana?

Maurício Ricardo: Eu tinha. No começo colocava mensagens subliminares em frames ultra-rápidos e "easter eggs" com conteúdo hipnótico. Mas desisti, porque subjugar a raça humana é muito complicado. Tô pensando em subjugar só as mulheres bonitas entre 20 e 40 anos.

GRUFT: Gostei desta idéia! Se dominar as mulheres fica mais fácil subjugar os homens...humm... Maurício, o charges.com.br é hoje um dos maiores, senão o maior site de entretenimento do país, podemos perceber que ele atraí diversos tipos de público. Já faz algum tempo que podemos considerá-lo como uma referência no gênero. Pode definir como é isso para você?

Maurício Ricardo: Uma enorme responsabilidade. É preciso tentar me reinventar todo dia há sete anos, numa mídia em que as coisas vêm e vão muito rápido. Mas é gratificante.

GRUFT : Quais foram as suas maiores referências no mundo das HQs e dos Cartuns? Houve alguma obra em especial que lhe influenciou?

Maurício Ricardo: Sou muito influenciado pela revista MAD, na época em que saía pela Editora Vecchi, nos anos 70. All Jaffe, Aragonés, Don Martin... Os caras eram geniais! E li muito de tudo: de Mônica e Disney a heróis da Marvel e DC, passando - mais tarde- pelas revistas do Angeli, Laerte e Glauco, pelo Jornal Planeta Diário e a Revista Casseta Popular, que se fundiriam no Casseta & Planeta.

GRUFT : Desde o cordel e do começo das publicações de tirinhas nos jornais, temos os cartunistas como grandes críticos e contadores da história de nosso país. De lá para cá, tivemos grandes evoluções como uma maior liberdade de expressão e também a chegada da era da internet. Poderia nos falar um pouco sobre estas evoluções e como é para você, não só ver, mas também participar da história de nosso país através dos cartuns?

Maurício Ricardo: Fico feliz em ter visto o nascimento de uma nova forma de mídia e de recursos tecnológicos que simplificaram muito o processo de animação. Embora eu tenha trabalhado muito tempo na mídia impressa, em jornais regionais aqui de Minas, me considero hoje um "filho" da Internet. Acho que venho ajudando, com minha pequena parcela, na criação de uma linguagem de humor pra rede. Pelo menos tenho sido muito imitado! (rs). A maior evolução é a possibilidade real de se atingir um público grande de forma independente, coisa que nenhum "fanzineiro" jamais sonhou até os anos 90.

GRUFT : Acredito que nosso maior papel na sociedade é de estimular o pensamento do povo ao invés de simplesmente dar-lhes uma resposta pronta. Lembro-me de uma charge de um garoto vestibulando cantando junto ao pai uma versão da música “In the end” do Linkin Park que criticava o sistema de ensino brasileiro que não da base para que nossos estudantes possam cursar o ensino superior. De certo modo, exercemos o papel indireto de educadores através de nossa arte. Como é a visão do Mauricio Ricardo pai, cartunista, jornalista e cidadão brasileiro desta situação?

Maurício Ricardo: Esse lado mais engajado pinta de forma bem natural. Primeiro vem o compromisso com o humor, claro. Mas como nosso país é tão cheio de sacanagens, de vez em quando a indignação se manifesta. Aí eu acabo sendo mais contundente. De qualquer forma, faço um grande esforço para não ser didático demais, messiânico demais. Detesto gente que se leva muito a sério. Ainda mais humoristas!
(risos)

GRUFT: Você já recebeu algum puxão de orelha ou alguma crítica de algum famoso por ter feito alguma zoação?

Maurício Ricardo: Tirando dois processos - um do Paulo Maluf, outro do Orestes Quércia - só tive feedback positivo. Pessoas públicas sabem que aguentar a zoação é parte da fama. No caso das duas figuras que não gostaram das charges, só tenho motivo pra me orgulhar. É ótimo saber que consegui encher o saco deles.

GRUFT: Espero não ser processado também, mas concordo com as críticas...rs... Esse é o espírito do Cartum. Maurício... E esse planeta?! Tem solução?

Maurício Ricardo: A gente não tem que se preocupar com isso. O mundo sabe cuidar de si próprio. Quando o ser humano se tornar insuportável, o planeta mesmo se encarregará de descartá-lo, com catástrofes provocadas pelo próprio homem. Eu me preocupo mesmo é com a raça humana. Essa tá lascada, coitada.

Gruft: Este foi o Gruft Entrevista! Agradeço a paciência e o carinho de Maurício Ricardo em ter cedido seu tempo para nos conceder esta entrevista. Visitem o www.charges.com.br para conferir mais trabalhos de Maurício e sua Equipe.

Por este mês é só!

Gruftlândia Triunfa! Até a próxima...

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